Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1278-1 | ||||
Resumo:Os microplásticos nos oceanos são um problema que tem ganhado grande destaque, gerando contínuos estudos para o desenvolvimento de tecnologias para o combate do mesmo, incluindo análises de biodegradação e da interação do microrganismo com o polímero. Diante disso, esse estudo avaliou a evolução de CO2 nos ensaios de biodegradação do polímero de polipropileno (PP) sem tratamento e com tratamento UV, pelo método Respirométrico de Bartha e Pramer. Foi usado como inóculo uma bactéria de solo induzida ao meio simulado marinho. Essa bactéria foi cultivada em concentrações gradualmente crescentes de cloreto de sódio (NaCl) para chegar à salinidade encontrada nos oceanos. Como veículo de indução foi usado o meio caldo nutriente (CN) modificado, iniciando com um concentração de 0,075g, seguido de 0,15g, 0,225g e o último com 0,3g que foram somados aos 0,05g de NaCl que se encontram na composição do meio CN, chegando a 0,35g ou 35% para cada 10mL de solução. Após isso, a bactéria foi incubada a uma temperatura de 22°C por 48 horas em meio ágar marinho que contém, em sua composição, nutrientes, como extrato de carne e de levedura e peptona, além do ágar e os minerais, tal como o cloreto de sódio (35%), cloreto de cálcio, de potássio, de magnésio e sulfato de magnésio. Após o crescimento microbiano, foram realizados dois testes de biodegradação pela respirometria, o primeiro com 1g de microplástico de polipropileno tratado como luz UV e o segundo com o micro-polímero PP sem tratamento, ambos em triplicatas. Foram inoculados no dois sistemas 1mL da bactéria adaptada, que corresponde, de acordo com a turbidez padrão da escala nefelométrica de McFarland ao um número aproximado de bactéria de 30x108, em 100mL de solução marinha, que seria o ágar marinho modificado (sem o ágar) para se tornar um meio líquido, contendo somente 10% de nutrientes mais os minerais. Para quantificar a produção de CO2 pela bactéria adaptada, foram feitas titulações semanais durante 49 dias, que gerou dados, neste caso, para avaliar a biodegradação do poluente dentro de condições pré estabelecidas. Como resultado foi possível observar dados positivos sobre a evolução de CO2 da média cumulada, ao longo do tempo, nos dois ensaios, tanto no polímero como tratamento UV (173,0 mg), quanto o sem tratamento (147,0 mg), porém houve um aumento de 15% na produção de CO2 no microplástico tratado com UV em comparação com o não tratado (Figura 1). Esses dados indicam que a bactéria adaptada tem uma maior atividade de biodegradação quando o polímero passa por um processo abiótico de deterioração, que no caso é o tratamento com UV. A ação do UV sobre o material permitiu uma maior biodisponibilidade, já que as fissuras identificadas no polímero permitiu uma maior incrustação dos microrganismos na massa polimérica. Portanto, a produção acumulada de CO2 ao final dos 49 dias indicou que a linhagem prospectada tem potencial para a biodegradar o polímero PP, nas condições testadas. Logo, a observou-se que a degradação abiótica por luz UV, que também está presente no ambiente marinho na camada superficial, pode favorecer a degradação biótica, possibilitando fácil acesso ao poluente polimérico. Palavras-chave: degradação biótica, oceano , polímero, UV |